domingo, 24 de julho de 2011

O paranaense acredita que a violência está mais perto. Sete em cada
dez pessoas se sentem menos seguras hoje do que há cinco anos. É o
que mostra a consulta realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas em
todas as regiões do Estado. E a sensação de perigo iminente é
respaldada nas estatísticas que apontam, ano após ano, que todos os
índices de criminalidade estão em tendência de alta. A dona de casa Tereza Lima Babuja viveu o trauma de ser assaltada há
cinco anos, mas ainda hoje não se livrou do medo. “Eram uns cinco ou
seis homens. Eles colocaram um revólver no ouvido do meu marido, nos
prenderam em casa e levaram praticamente tudo. Foi horrível.
Passamos o Natal sem praticamente nada em casa”. O assalto ocorreu
quando a família ainda morava em Foz do Iguaçu (oeste do Estado). Mas o trauma permanece. “Hoje, o que eu mais tenho medo é assalto.”
Moradora da Rua Lindoia, no Jardim Alvorada (zona oeste), há cerca de
seis anos, ela define Londrina como uma cidade medianamente violenta.
Além de assalto, a dona de casa confessa ter medo de chegar em casa.
“O perigo maior está no portão.” No Paraná, a segurança pública é apontada como o principal problema
por mais da metade (56%) dos entrevistados. Especificamente para os
curitibanos, a preocupação é ainda maior – na faixa dos 62%. Já no
interior, cai para 54%. A percepção nacional, a partir de uma pesquisa
recente feita pelo Ibope, indica que a segurança é a terceira
preocupação dos brasileiros – atrás de saúde e educação. Anteriormente considerado tranquilo, o Paraná agora está, para metade
das pessoas ouvidas na pesquisa, na média dos demais estados
brasileiros no quesito violência. E para um a cada quatro consultados, o
Paraná é muito violento. Para a maior parte dos entrevistados, as drogas – tanto o uso (47%)
quanto o tráfico (40%) – estão associadas aos casos de violência. Uma
droga lícita, a bebida alcoólica (21%), aparece na terceira posição entre
os motivadores. No rastro desses três fatores é que são citadas causas
como falta de policiamento, questões sociais, corrupção e impunidade. Campanha A divulgação da pesquisa sobre a percepção de insegurança inaugura a
cobertura jornalística da campanha “Paz sem voz é medo”, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom). Para saber o que mais está preocupando a população, o Instituto Paraná Pesquisa consultou 1.505 paranaenses – da capital, da região metropolitana de Curitiba e do interior. As entrevistas foram feitas em 70 municípios, entre os dias 8 e 15 de julho, com margem de erro de 2,5%. Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, parceiro dos
veículos de comunicação do GRPcom na campanha, conta que o amplo levantamento revelou que as pessoas estão conectadas com os problemas que as cercam. “Segurança pública é uma preocupação nas
pequenas e nas grandes cidades”. Para ele, o que mais chamou a atenção foi a associação entre violência e drogas, citada por um número considerável de entrevistados. “Espero que daqui a um tempo quando a gente volte a consultar a população, a sensação de medo seja menor e o número de pessoas que sofreram violência também tenha caído”, pondera.

Fonte: jornal de londrina. Katia Brembatti

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