Autoridades locais de segurança a decidirem ontem reabrir a carceragem do 5º Distrito Policial (DP), na zona norte. A unidade não recebe presos há mais de 10 anos. Atualmente, 2º DP, 3º DP e 4º DP abrigam presos temporários, não condenados, geralmente detidos em flagrante. A decisão de reabertura partiu do delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, com a autorização da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A ativação do 5º DP implicará na realocação de policiais para a nova carceragem. Segundo o delegado-adjunto, Willian Douglas Soares, pelo menos quatro policiais deverão sair da investigação para cuidar da segurança da delegacia. Isso sem contar com os auxiliares de carceragem. “Contamos com o apoio da PM [Polícia Militar] para a guarda externa”, disse.
Na última segunda-feira, o 2º DP, zona leste, enfrentou uma rebelião em que presos fizeram como reféns um carcereiro e outros detentos. As ameaças acenderam o sinal vermelho da superlotação do sistema. Na delegacia, onde cabem 120 pessoas havia 340. Na terça-feira, com as remoções feitas para a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) e Casa de Custódia de Londrina (CCL), a carceragem ficou com 250 detentos amontoados. Londrina tem mais de 2 mil presos em todos os níveis do sistema.
Ontem, autoridades judiciárias e policiais não sabiam o que fazer com presos que entram no sistema diariamente, flagrados em crimes nas ruas. A cada dia, seis pessoas são detidas. Ontem, eles permaneceram à espera de uma decisão da Vara de Execuções Penais (VEP) sobre onde deveriam permanecer após a passagem pelo Centro Interno de Triagem (CIT), no anexo da 10ª Subdivisão Policial.
À tarde, a carceragem do 5º DP foi vistoriada para uma avaliação. “A decisão está tomada: até domingo os presos estarão ocupando a delegacia novamente”, enfatizou Willian Douglas Soares, delegado-adjunto. “Éramos contra a reabertura, mas não temos outra saída”.
O 5º DP pode abrigar até 24 detentos – mas a Polícia Civil já trabalha com a perspectiva de que 48 superlotem o local logo no início. Ontem, eletricistas e encanadores estiveram na carceragem para avaliar a necessidade de reparos nas redes elétrica e hidráulica. “A parte estrutural está apta, mas principalmente a rede hidráulica precisa ser revista”. O delegado do 5º DP, Jayme de Souza Filho, preferiu não comentar nada com a imprensa. Imagens da carceragem foram proibidas para evitar que “pontos vulneráveis” das instalações fossem exibidos.
O delegado-adjunto explica que não vê saídas temporárias para amenizar a superlotação no sistema, a não ser que locais como a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) e a Casa de Custódia, reservados para presos julgados condenados, abram vagas novas. As direções das unidades vetaram a entrada de mais presos nos locais, também no limite.
Fonte: JL
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