O prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), esteve na terça-feira (5) no Ministério Público (MP). O objetivo foi prestar esclarecimentos aos promotores de Defesa do Patrimônio Público sobre a denúncia de que funcionários da Centronic, empresa de vigilância contratada pela Prefeitura de Londrina para fazer a segurança de prédios públicos entre 2009 e 2010, teriam trabalhado no prédio da Rádio Brasil Sul, que pertence ao prefeito.
Barbosa conversou com os promotores Renato Lima Castro e Leila Voltarelli, mas não prestou depoimento, que deve ser agendado para a semana que vem. O MP investiga se dois vigilantes recebiam salários pelo contrato da Centronic com a prefeitura, mas davam expediente na rádio. O prefeito nega a acusação.
Nos bastidores, a área política do governo promete para os próximos dias apresentar o contrato entre a emissora de rádio do prefeito e a Centronic. O objetivo é mostrar que não houve qualquer irregularidade.
Denúncia
Na sexta-feira (1º), representantes da Centronic prestaram depoimento no MP. De acordo com o promotor Renato de Lima Castro, a denúncia da irregularidade chegou ao MP por meio de uma ação trabalhista. Um vigilante, que já deixou o emprego, teria demonstrado que, mesmo contratado pela Prefeitura, prestaria serviço na rádio do prefeito. Castro informou que o procedimento investigatório foi aberto no dia 16 de março e que várias pessoas já foram ouvidas no caso.
Segundo o promotor, dois vigilantes que dizem ter trabalhado na segurança da rádio apresentaram holerites que mostram a contratação pela Centronic para trabalhar pela Prefeitura de Londrina. Para Castro, a irregularidade está comprovada. Ele afirmou que uma funcionária da Centronic, que prestou depoimento, disse que os vigilantes eram vinculados ao contrato com o município. “A prova é incontestável”, disse.
O advogado que representa a Centronic, Elias Mattar Assad, disse que “está havendo uma confusão, que será esclarecida com documentos nos próximos dias”. De acordo com Assad, a empresa tinha contrato tanto com a Prefeitura quanto com a Rádio Brasil Sul.
“O patrão do funcionário é a Centronic, não a rádio nem a Prefeitura”, explicou. Isso quer dizer que não existe vinculação da pessoa ao órgão que contrata o serviço - ou seja, os vigilantes da empresa poderiam trabalhar um dia para a rádio e outro, para a Prefeitura. “Não há nada imoral nem ilegal nisso”, garantiu.
Assad afirmou que o fato de constar no holerite o nome da Prefeitura de Londrina como contratante do serviço não prova irregularidades. “É controle interno da empresa, não significa nada”. Para o advogado, pode ter havido algum erro de sistema na hora de colocar o local de trabalho do vigilante no holerite. “Vamos provar que a rádio pagava as despesas dos vigias e a Prefeitura, dos vigilantes”.
Fonte: JL - Daniel Costa, com informações de Fábio Silveira
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