quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sem recursos, Santa Casa de Cambé não receberá mais pacientes na UTI


Crise na Saúde não é previlégio de Londrina



A direção da Santa Casa de Cambé comunicará, na manhã desta quinta-feira (28), a Central de Leitos que não receberá mais pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A decisão foi tomada em razão da falta de repasse do governo estadual da verba destinada para a manutenção do serviço. Neste ano, o hospital ainda não recebeu os recursos e a dívida chega a R$ 300 mil.

A unidade conta com dez leitos, que estão ocupados. Para a superintendente da Santa Casa, Izabel Aparecida da Silva, a situação se tornou insustentável e se os recursos não chegarem ainda esta semana, a partir de segunda-feira (2) a UTI será fechada. “Isso representará um retrocesso. Lutamos por 25 anos para termos uma UTI na cidade e poderemos reviver a angústia e a melancolia de ter que procurar vagas em hospitais de outras cidades”, afirmou.


Para ter uma noção da situação crítica da Santa Casa para manter a UTI, a superintendente revelou que na quarta-feira (27) não havia recursos para comprar alimentos para os pacientes internados na unidade. “Demos sorte que entrou o dinheiro de uma cirurgia particular e foi possível comprar os alimentos à vista. O governador Beto Richa afirmou que a moratória não atingiria a Saúde, mas estamos no final do quarto mês e não recebemos nenhum ‘tostão’”, disse.

A superintendente ressaltou que se a unidade fechar na próxima semana, só reabrirá quando o governo do estado repassar para o governo federal a responsabilidade pelo encaminhamento dos recursos. “Essa transferência já foi aprovada, mas a Secretaria de Saúde do estado ainda não assinou a transferência sobre a responsabilidade do faturamento da unidade.”

Izabel afirmou que o fechamento da UTI afetará todo o funcionamento do hospital, uma vez que cirurgias de alta complexidade terão que ser canceladas. Para ela, a situação chegou a um ponto insustentável. “A verba já é pequena, mas quando chega pontualmente podemos administrá-la e mantermos o serviço. No entanto, os recursos não estão chegando e não é possível fazermos milagre”, desabafou.

A reportagem está tentando contato com a Secretaria de Estado da Saúde.

Crise

Em dezembro do ano passado, a direção já tinha ameaçado fechar a unidade em razão da falta de repasse do governo estadual dos recursos destinados para pagar os salários dos oito médicos que trabalhavam na UTI. Antes de interromper os atendimentos, o recurso foi encaminhado para o hospital.

Fonte: JL - Daniel Costa

Comentário: crise na saúde não é previlégio somente de Londrina.

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