segunda-feira, 4 de abril de 2011

Notícia Velha - Falta de médicos atrasa atendimentos em postos

A falta de médicos voltou a rondar as unidades básicas de saúde (UBSs) e prontos-atendimentos de Londrina. Nem o contrato temporário assinado pela administração municipal com a Classmed, para realização de plantões nas UBS, garantiu a escala completa de médicos. Nos jardins União da Vitória e Leonor, os médicos simplesmente não apareceram. No PAM, a escala previa quatro médicos e apenas dois trabalhavam ontem à tarde. A espera por atendimento chegou a seis horas. O PAI era o único que tinha uma situação mais confortável, com a equipe completa trabalhando.

O vendedor Genésio Branco Camargo Neto, 39 anos, passou o dia no PAM. Com suspeita de dengue, ele chegou ao local por volta das 7 horas e, às 16 horas, ainda aguardava ser encaminhado para um hospital. “Já fiz um monte de exame, me falaram que eu tenho que ser internado, mas ainda não fizeram o encaminhamento”, disse. Segundo a esposa dele, Adriana, os exames constataram que as plaquetas do sangue do marido estavam em um nível muito baixo, cerca de 50 mil por mililitro cúbico de sangue. “O normal de uma pessoa é ter a mais de 150 mil”, disse. Segundo o site da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a queda drástica das plaquetas abaixo de 100 mil por ml de sangue é um dos sintomas da Febre Hemorrágica da Dengue (FHD).


O aposentado Akira Yoshitomi, 55 anos, foi outro que teve que esperar horas para ser atendido. “Estou com muita dor abdominal e ânsia de vômito. Até agora, só fizeram a triagem e me mandaram aguardar”, contou. Ele chegou ao PAM por volta das 12 horas e só foi atendido depois de falar com a reportagem do JL, por volta das 16 horas. Como ele, uma vendedora – que não se identificar – aguardava o atendimento com muita dor. Ela teve a perna queimada no escapamento de uma moto e o ferimento – profundo e extenso - estava exposto, sem nenhum cuidado maior. “Eu não estou aguentando de dor, nem uma aspirina me deram”, disse. Ela chegou ao PAM por volta das 10 da manhã de ontem.

No Jardim Leonor, a situação ficou complicada à tarde, quando os médicos plantonistas não apareceram. Segundo alguns usuários, funcionários estariam dispensando os pacientes sem fazer a triagem. A expectativa era que dois médicos plantonistas da rede municipal assumissem o plantão às 19 horas. Para Cícero Cipriano, do Conselho Local de Saúde do Leonor, o convênio com a Classmed não está funcionando como deveria porque a Secretaria Municipal de Saúde não estaria fazendo o controle como deveria. “Você não vê uma fiscalização aqui. Cadê os médicos?”, questionou.

O diretor-administrativo da Classmed, Omar Salmen, disse que não foi comunicado de nenhum furo nas escalas feitas. Nenhum funcionário das unidades quis falar com a reportagem. O JL tentou falar com o diretor-executivo da Secretaria de Saúde, Márcio Nishida, mas ele não atendeu as ligações.

Fonte - JL

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