terça-feira, 31 de maio de 2011
Família de Glauco espera que Cadu fique fora do convívio social
O advogado Ricardo Handro, que representa a família do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele Raoni, disse nesta terça-feira (31) que a notícia de que Carlos Eduardo Nunes, acusado de matar os dois, foi considerado inimputável pela Justiça Federal do Paraná já era esperada. Segundo o Ministério Público, devido à doença mental, Cadu era incapaz de entender que seus atos infringiam a lei.
“A notícia era esperada, fiquei com eles [a família] até 2h. Já era esperada diante do laudo, diante do parecer. Imaginávamos que o juiz fosse confirmar na sentença a inimputabilidade do assassino”, afirmou Handro. “Esperamos que ele fique afastado do convívio social.”
De acordo com o juiz Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, o réu deve cumprir pena, de no mínimo, três anos em um hospital psiquiátrico. A decisão foi tomada na sexta-feira (27).
Carlos Eduardo está internado no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ele foi preso em março de 2010, na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), dois dias após o assassinato, quando tentava fugir para o Paraguai. Ele confessou o crime.
De acordo com o advogado da família de Glauco, seu trabalho será agora o de acompanhar os laudos médicos que serão feitos de três em três anos para avaliar a saúde mental de Cadu. “A maior questão que fica é a impressão de que daqui três anos ele sai. Mas isso está meio distante da realidade. Nosso trabalho é acompanhar esses laudos para ver se não vão cometer nenhum equívoco. Tentar reverter não é o caso”, afirmou o advogado.
Assassino confesso
Cadu frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco, inspirada nos cultos do Santo Daime e matou o cartunista e o filho, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo.
Ele estava sob efeitos de maconha e haxixie no dia do crime. Cadu também é acusado de três tentativas de homicídio contra agentes federais, roubo, porte de arma com numeração raspada e tortura.
De acordo com o laudo apresentado pelo MP à Justiça, Cadu sofre de esquizofrenia paranoide, e por isso, é não é capaz de compreender a gravidade do ato cometido. A doença, também segundo o laudo, teria sido agravada “por conta do consumo imoderado de substâncias alucinógenas, do fanatismo religioso e da crença no sobrenatural”.
Enquanto os trâmites legais são seguidos para que Cadu seja encaminhado para um hospital psiquiátrico, ele deve permanecer no Complexo Médico Penal. Após o cumprimento da pena, Cadu deverá passar por exames para verificar se ele oferece ou não perigo à sociedade.
Fonte: G1 SP
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