segunda-feira, 28 de março de 2011

#M1TO - 100 vezes Rogério Ceni



Não considero Rogério Ceni o melhor jogador da história do São Paulo.
Os mais jovens talvez não se lembrem, mas já vestiram a mesma camisa atletas como Leônidas da Silva, Zizinho, Pedro Rocha, Gérson, Careca, Müller… Mas uma coisa não há como discutir: ele é o maior ídolo que a história do clube já conseguiu produzir. E certamente há poucos casos no futebol mundial de uma ligação tão forte como a que o une ao clube e à sua torcida.
Excelente goleiro, entre os melhores de sua geração, com certeza Rogério Ceni não imaginou, nem mesmo nos seus sonhos mais otimistas, quando marcou seu primeiro gol de falta, em Araras, em 15 de fevereiro de 1997, contra o União São João, que chegaria à histórica marca atingida ontem: 100 gols. Que se transformaria num dos artilheiros da história tricolor. Mais: mesmo que tivesse tido a chance de escrever o enredo ideal para o centésimo, não teria descrito de maneira tão espetacular como a que teve a chance de viver na tarde do 27 de março de 2011. De falta, como revelou que preferia, provavelmente porque o grau de dificuldade é maior, dando a vitória ao São Paulo, num jogo que quebrou um tabu de pouco mais de quatro anos e justamente contra aquele que hoje é considerado pela torcida como o maior rival, o Corinthians.
Situações polêmicas ou declarações infelizes ao longo da carreira ficam para trás. Quem não as teve? O momento é de reverenciar uma carreira de amor e dedicação a um clube, lembrar as conquista quase todos os títulos possíveis, as passagens pela seleção brasileira, a identificação com a massa torcedora, a utilização positiva da era midiática como a que vivemos, a sedução de tanta gente para o futebol e para as cores do clube.
Neste momento, em que ainda consegue jogar em alto rendimento com seus 38 anos de idade, Rogério provavelmente tem ainda planos ambiciosos. Por exemplo, tentar outra marca: mil jogos pelo São Paulo. Depois, quem sabe, de terno e gravata, transformar-se em presidente. Ambição, talento e disposição não faltam.
Parabéns, Rogério! Como disse ontem o grande narrador do Sportv, Jota Júnior, essa é daquelas marcas que provavelmente nunca qualquer outro goleiro conseguirá sequer chegar perto. Bater, jamais!

Com a devida Vênia coloco aqui as palavras de Milton Leite.

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