quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O perigo da noite londrinense, índice de homicídios é de 75% entre 18h e 6h

Operações policiais e patrulhamento nas ruas das 18 às 6 horas são as alternativas para inibir esse tipo de crime

Dos 85 homicídios registrados em Londrina de janeiro até a semana passada, 54% deles ocorreram entre as 18 e 24 horas. Este é o período em que as mortes por arma de fogo ou arma branca ocorrem com mais frequência. Se forem levados em conta os homicídios ocorridos entre 0 e 6 horas, a porcentagem salta para 75% do total. Os dados são da Polícia Civil, que fez um levantamento exclusivo a pedido do JL. Operações policiais e patrulhamento nas ruas neste horário são as alternativas para inibir esse tipo de crime.

Como a maioria dos homicídios está relacionada ao tráfico de drogas, de acordo com a polícia, a avaliação é de que o período noturno seja mais propício à prática desses crimes, em razão da cobrança de dívidas, por exemplo. “Neste horário o pessoal está consumindo, comprando e vendendo droga e está mais vulnerável, em locais escuros”, analisou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso.

Para Barroso, o período noturno possibilita mais locais de esconderijo e menos possibilidade de que os autores dos crimes sejam identificados. “Tem menos gente na rua e, por isso, menos testemunhas”, declarou o delegado. Segundo ele, a ausência de pessoas é um facilitador da ação dos criminosos.

Para o tenente Ricardo Eguedis, porta-voz da PM em Londrina, os criminosos “se revestem do anonimato” e, por isso, escolheriam a noite para cometerem os assassinatos. “A luz é inibidora natural do crime, do tráfico e do consumo de drogas. A noite favorece a formação de locais onde o indivíduo pode se esconder”, afirmou. De acordo com ele, esses são os períodos em que também ocorrem o maior número de apreensões de armas de fogo.

Operações a patrulhas

Vítima de pelo menos dois assaltos no início da noite, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Cláudio Espiga, cobrou mais operações e patrulhamento nos horários em que ocorrem mais homicídios. “Os cheques que me roubaram foram distribuídos em um boteco. Era fim de tarde e depois os criminosos iam para atividades ilícitas. Eles bebiam, consumiam droga e depois iam roubar e cobrar dívidas”, contou. Por isso, de acordo com ele, é preciso concentrar as ações policiais nesse período.

O delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso, disse não ter como mensurar os crimes evitados pela polícia, mas garantiu que há um trabalho conjunto com a PM em operações de blitz, arrastões, abordagens e prisões nestes horários. “É difícil traçar uma estratégia para evitar o crime de homicídio”, disse o delegado. O tenente Ricardo Eguedis, da PM, disse que as operações têm início, normalmente, durante a tarde e seguem até depois das 24 horas, justamente por ser o período que concentra a maior incidência de crimes contra a vida.

Fonte: JL - Fábio Luporini

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